As elites de cor: um estudo de ascensão social

jornais sobre acidentes, crimes e outros acontecimentos envolvendo mestiços, mesmo das classes mais pobres, poucas vezes se usa a denominação "mulato", preferindo-se caracterizar estes tipos como pardos ou morenos. A expressão "morena" tem, ademais, um sentido romântico, indicativo de um tipo feminino de pele levemente pigmentada e traços de beleza física que tornam aquelas mulheres "tão requestadas e preferidas de muitos", diz um informante. "Por isto mesmo o tipo da "morena" tem sido glosado em prosa e verso pelos nossos ficcionistas. E essa "morena" pode não ter sangue africano"(8). Nota do Autor

Os indígenas e os descendentes do cruzamento destes com brancos são ordinariamente indicados como caboclos, porém esta expressão não é muito importante hoje na Bahia devido à raridade relativa de tais tipos na cidade. Caboclo é, como "meu negro", também um tratamento de carinho entre indivíduos de qualquer cor. Convém notar ainda, por causa das antigas estatísticas, que nos meados do século XVIII, atendendo aos reclamos do nativismo brasileiro, o governo português proibiu o uso do termo "caboclo" devido à conotação injuriosa que tinha então, e ao mesmo tempo concedeu a condição civil de brancos aos índios e aos seus descendentes mestiçados com portugueses de modo a poderem casar com brancas e ocuparem cargos públicos na colônia. Assim é que nos censos militares da época os contingentes de mamelucos ou caboclos eram considerados

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