É uma das decepções da História que a esse homem, que durante os cinco anos de guerra do Paraguai foi a personificação do Exército e da Armada nacional, e a quem os nossos generais e soldados feridos levantavam o seu último Viva simbólico da imortalidade da Pátria, um Governo militar proibisse possuir uns miseráveis bens na terra, que seu pai deu um reino para tornar independente, que ele fez livre e uno, e onde sua filha apagou as últimas divisas do cativeiro.
Não há melhor prova de que a revolução de 15 de Novembro não foi a revolução do soldado nem do marinheiro. Se o movimento interpretasse a alma popular da fileira, um referendun unânime teria há muito revogado esse ato de ingratidão.
Eu receio muito que um dia, no futuro distante, quando se descobrir no estrangeiro o túmulo emprestado ao último representante da nossa Monarquia se reconheça que ele foi sepultado à moda dos heróis antigos, com o que mais caro lhe fora em vida: a liberdade e a unidade do seu país.
(Do Jornal do Brasil)
Extraído da brochura "Agradecimento aos Pernambucanos", de autoria de Joaquim Nabuco, Londres, 1891 - V. as referências de Nabuco às notas do Imperador ao dito opúsculo, bem como a íntegra da carta que, a propósito lhe mandou através de Rio-Branco, em Estadista do Império¹, III, 570.