O positivismo na República: notas sobre a história do positivismo no Brasil

"Prendendo aos seus interesses materiais grande parte dos homens representativos da Monarquia, a República os convertia à nova ordem de coisas ou os tornava inofensivos"(4), Nota do Autor escreve José Maria Belo ao iniciar o seu capítulo sobre a ordem civil da República. Repetia-se agora, sob outros aspectos, um fenômeno que já se dera por ocasião da Independência e que se reproduzira também durante as lutas da Maioridade. A ordem civil da jovem república tão fortemente comprometida em virtude da luta armada que então se desenrolava no Sul, parecia agora, no governo de Prudente de Morais, estabelecer-se, graças à anistia decretada em 11 de outubro de 1895, por iniciativa de Campos Sales. Mas, terminada a luta das armas, tão cedo não cessaria a agitação que vicejara à sombra da crise econômica do Encilhamento. Ainda no governo de Prudente de Morais, a demagogia jacobina que se originara na proclamação da República e recrudescera com o florianismo, assolava a cidade do Rio de Janeiro, depredando jornais e chegando até, como no caso de Gentil de Castro e do Marechal Bitencourt, ao assassinato. O sangue que não correra em 15 de novembro estava agora a se derramar, como previra Deodoro. As forças que se afrontavam traduziam a incerteza e o desequilíbrio das novas instituições republicanas no Brasil, incertezas essas que talvez não estão ainda suficientemente liquidadas...

Há uma observação de José Maria dos Santos que nos parece sugestiva para a compreensão do que se veio a chamar de presidencialismo nos países sul-americanos. O presidencialismo, diz aquele autor, objetivou-se nesses países "num grosseiro sistema de caudilhos regionais, obedientes a um grande caudilho

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