viva simpatia patriótica. Também não é sem pesar que abandono, aos 60 anos de idade e com relativa boa saúde geral, o serviço ativo em tão alto pesto, que de modo algum pude merecer e ao qual subi apenas pela espontânea e excessiva confiança do Governo Provisório em 1890, confiança que me foi mantida sem interrupção até há pouco. Sendo esta a última vez que tenho a honra de me dirigir oficialmente a V. Excia, peço licença para assinalar aqui alguns antecedentes que poderão explicar a exagerada confiança com que me honrou o Governo que fundou a República.
Pertencendo a família obscura, mas dedicada ao partido liberal, só a perturbadora agitação de 1868 a 1870, provocada pelos chefes mais eminentes desse partido com a publicação do Manifesto liberal, conseguiu abalar a minha fé juvenil na Monarquia constitucional no Brasil e atirar-me, com meus amigos e contemporâneos, aos arraiais da República. Nos primeiros anos do meu inexperiente republicanismo fui revolucionário, como todos os moços ignorantes e dominados por uma orgulhosa metafísica. A idade, alguns modestos estudos, viagens ao estrangeiro, e particularmente aos Estados Unidos e à França, e a experiência de negócios públicos foram modificando as minhas ideias revolucionárias e desenvolvendo o meu amor à ordem social e política. Cumpro um dever não esquecendo na minha educação moral e social, a poderosa influência moderadora de meu pai, espírito esclarecido, de notável altura e de grande ponderação. A observação dos fenômenos da natureza e a longa e metódica leitura de livros científicos desde os "Princípios de Geologia" de Charles Lyell, até aos mais conhecidos tratadistas de Biologia, Sociologia e Moral, fizeram-me um profundo respeitador do progresso dentro da ordem,