O positivismo na República: notas sobre a história do positivismo no Brasil

Mas a estada de Teixeira Mendes na "Metrópole Santíssima" não seria muito longa. Já em outubro estava de volta ao Rio, dirigindo o culto privado e público do Apostolado. O "ensino sistemático" do dogma prosseguiria, cabendo a direção das classes mais atrasadas a Pedro Galvão; a das classes médias a João Fernandes da Silva e a das mais adiantadas a Teixeira Mendes. A atenção ao ensino do dogma ia de par com a necessidade de transformar as preocupações políticas em preocupações religiosas e com a necessidade de afastar cada vez mais o Apostolado e os seus fiéis, da agitação revolucionária(21). Nota do Autor Não significava isto, porém, que os positivistas desistissem das suas intervenções públicas. Assim, tendo o "novo prefeito (da Capital Federal) revivido as perseguições contra os mendigos e renovado os atos de atrocidade contra os cães, aproveitei - escreve Teixeira Mendes - a nossa última prédica acerca do culto público para recordar, mais uma vez, os ensinos do positivismo a este respeito". A fim de dar maior vulgarização às suas ideias, publicou, em um dos diários do Rio de Janeiro, as observações então apresentadas, desenvolvendo-as. "Mas a conduta da referida autoridade filiando-se ao modo de conceber a ditadura municipal de que felizmente se acha investida atualmente a chefia do Distrito Federal, pareceu-me oportuno lembrar que a ditadura republicana não é despotismo. Nesse intuito, publicamos um artigo sob o título "As liberdades civis e a ditadura municipal"(22). Nota do Autor Não há de ser esta, aliás, a única vez que os positivistas se apresentarão como defensores da mendicidade, pois que, como ensinara o mestre, não se deve desconhecer o "alcance

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