(e apontou-nos para um humilde mocambo que ficava mesmo ao lado do "terreiro") está uma criança morta. De fato, só então nós nos apercebemos. Pois bem, continuou a Josefina, aquela criança é filha de uma mulher que está há vários dias trancada no peji, prestando o primeiro serviço de iniciação de filha de Iansã. Ela nada sabe. O pai está velando o corpo. Parece uma desconsideração realizar a festa com a criança morta. Mas, por outro lado, pode sua mãe se perturbar, pressentindo que houve alguma coisa de anormal, caso a festa não se realize. E então, saindo da hesitação, disse: vou realizar o toque. É melhor. Comunico ao pai e explico porque tomei essa deliberação. E o toque se realizou. Mas, a Josefina estava visivelmente abatida, ela que é sempre tão animada. Perguntamos porque estava assim. Então contou-nos: a mulher que está no peji, se fazendo filha de Iansã, cometeu uma desobediência que podia ter consequências piores do que teve. E o que foi? perguntamos nós. O marido dela, prosseguiu a mãe de santo, estava para ser filho de Ogum; e ela de Iansã. Meus orixás disseram que ela devia entrar primeiro e só depois o marido. Iansã exigia que ela entrasse primeiro. Mas, ela teimava em que o marido devia ser o primeiro. Iansã zangou-se. E o resultado foi a morte do filho. Houve uma "mudança de cabeça", quer dizer, quem devia morrer era ela, mas morreu o filho. E isso mesmo porque ela ainda cuidou em tempo de atender à exigência do orixá, isto é, entrou primeiro para ser filha de Iansã.
Este fato comprova o temperamento autoritário do orixá. Castiga quem não cumpre rigorosamente suas determinações. O roxo é a sua cor simbólica. Seu fetiche é o "corisco". Seus emblemas são: espada ou alfanje, que deve ser empunhado durante o estado de transe e