Sincretismo religioso afro-brasileiro

Prefácio do Prof. AMARO QUINTAS

Pernambuco tem, nos últimos tempos, tomado a dianteira em relação aos estudos afro-brasileiros. Essa situação é um reflexo do fato de ter partido daqui, nesta primeira metade do século, a atitude de estudar-se, dentro de um critério sociológico, o elemento negro, e, ao mesmo tempo, de se ter tentado criar um ambiente favorável à prática dos cultos africanos.

Quando há 20 anos Gilberto Freyre publicou Casa-Grande & Senzala - estamos precisamente comemorando agora o 20º aniversário de sua publicação - um novo impulso ia ser impresso aos estudos relacionados com o escravo preto no Brasil. O capítulo que o sociólogo pernambucano dedicou ao negro, na sua obra mestra, é, sem nenhum favor, um marco para a fixação de uma orientação científica nos trabalhos sobre o elemento afro-brasileiro. Na evolução desses estudos podemos determinar três etapas: a de Nina Rodrigues, o grande desbravador do terreno, o grande pioneiro da matéria; a de Gilberto Freyre, encarando o problema dentro de um sentido sociológico; a de Artur Ramos, orientando-o por um prisma mais intensamente antropológico, tomando-se a sua conceituação de acordo com a moderna tendência científica. Ao lado desses enfileiram-se, nas várias etapas, figuras de projeção como Manuel Querino, Edison Carneiro, Diegues Júnior, Luiz Viana...

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