O rio da unidade nacional: o São Francisco

do mar amigo, traço de união perpétua das duas margens atlânticas.

De outro lado, a floresta separava o litoral do sertão de forma definitiva. Ninguém ousava devassar-lhe a espessura carregada de perigos, nem iluminar-lhe a penumbra úmida, prenhe de olhos vigilantes e de cipós vivos expectantes.

Sob a proteção da montanha e do mato virgem, o sertão cresceu fora da influência do elemento oficial. O planalto, independente por força do determinismo geográfico, desenvolveu-se sob a indisciplina das cousas espontâneas, entregue ao seu próprio arbítrio. Dizia o cronista:

"Este vasto território maior do que alguns Reinos da Europa, ainda é muito pouco conhecido; serei portanto alguma cousa prolixo descrevendo-o. Permaneceu muitos anos, por assim dizer, entregue a si mesmo, governado por Capitães-mores irresponsáveis, cuja vontade era lei; em 1815, porém, foi elevado a Comarca com um corregedor que em verdade pouco melhorou, o seu estado". (José Bernardo Fernandes Gama).

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