O rio da unidade nacional: o São Francisco

Peado pelo relevo, o homem do sertão não pode recorrer à via terrestre: é impossível dominar os espigões, onde o mato virgem impera de forma indeclinável. O único recurso é o rio e a direção das águas determina o caminho da civilização. Poder-se-ia dizer então que caminha no sentido da gravidade, o que é exato pelo menos para a indiada, que desceu das montanhas andinas para os planaltos e para as planícies.

O rio de S. Francisco, correndo do Sul para o Norte, através de todo o planalto, representa, assim, o único ponto de união entre as povoações dos extremos do sertão. Depois, escapo da vertigem da descida da serra no litoral, que faz dos rios cascatas, o S. Francisco dorme ao longo do planalto, sereno e convidativo, através de milhares de quilômetros, oferecendo uma viagem tranquila e segura. Realmente, se estudarmos o perfil magistral dessa bacia coletora, verificaremos que a suavidade da descida é impressionante. De Pirapora a Jatobá, numa distância de 1.400 quilômetros a diferença de nível é de 174 metros apenas, constituindo um enorme

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