Cochranes do Brasil; a vida e a obra de Thomas Cochrane e Ignacio Cochrane

VII

MINHA ESPERANÇA


"Meus versos pela dor só inspirados,

Nem são versos, menti, são ais sentidos,

Às vezes, sem querer, d'alma exalados." - LAURINDO



"Era então bem pequenino

Quando meu pai eu perdi;

Ainda em tão tenra idade

Bem me lembro o que sofri!...

As provanças da orfandade

Por pouco tempo senti,

Pois os prantos por sorrisos

Em breve trocar eu vi.



Em novos laços prendeu-se

Minha mãe, terna, querida;

Dêsse enlace tive um pai,

Que me deu santa guarida.

Do fundo d'alma me sai,

Até hoje agradecida,

A confissão que aí vai,

Em frases d'amor ungidas:



Se a vida, o ser lhe não devo,

Devo-lhe aquilo que sou,

Se algo sou neste mundo!...

Foi ele quem me adotou

Com paterno amor profundo,

Quem seu filho me chamou,

Sem distinção de seus filhos

Como tal sempre me amou.



Sob as asas protetoras

Dêsse pai nôvo que achei,

E de uma mãe carinhosa

Feliz cresci, me formei...

Uma esposa virtuosa

Bem cedo logo encontrei,

E as delícias de ser pai

Em breve também gozei.

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