VII
MINHA ESPERANÇA
"Meus versos pela dor só inspirados,
Nem são versos, menti, são ais sentidos,
Às vezes, sem querer, d'alma exalados." - LAURINDO
"Era então bem pequenino
Quando meu pai eu perdi;
Ainda em tão tenra idade
Bem me lembro o que sofri!...
As provanças da orfandade
Por pouco tempo senti,
Pois os prantos por sorrisos
Em breve trocar eu vi.
Em novos laços prendeu-se
Minha mãe, terna, querida;
Dêsse enlace tive um pai,
Que me deu santa guarida.
Do fundo d'alma me sai,
Até hoje agradecida,
A confissão que aí vai,
Em frases d'amor ungidas:
Se a vida, o ser lhe não devo,
Devo-lhe aquilo que sou,
Se algo sou neste mundo!...
Foi ele quem me adotou
Com paterno amor profundo,
Quem seu filho me chamou,
Sem distinção de seus filhos
Como tal sempre me amou.
Sob as asas protetoras
Dêsse pai nôvo que achei,
E de uma mãe carinhosa
Feliz cresci, me formei...
Uma esposa virtuosa
Bem cedo logo encontrei,
E as delícias de ser pai
Em breve também gozei.