Cochranes do Brasil; a vida e a obra de Thomas Cochrane e Ignacio Cochrane

Tinha um pai, tinha uma mãe,

Tinha uma esposa e filhinhos,

A quem cobria de afetos

Em troca de mil carinhos...

Eram meus gozos completos

Como as aves têm seus ninhos,

Tinha eu também o meu

Guardado por sete anjinhos!



Prestes fatal moléstia

Se declara entre os meus;

Bateu as asas, voou

A Georgina para os céus,

Onde entre os anjos pousou

Sem sequer dizer-me adeus!

Quanto sofri, quanto sofro Ind'hoje, só sabe Deus!...



A esposa triste, banhada

Em prantos de acerba dor,

Apertei nos braços meus

Dizendo: "Chorai, amor,

Com os olhos fitos nos Céus,

Que eu choro com amargor.

São altos Juízos de Deus,

Bendito seja o Senhor!"



Ainda sangrava vivo

Cruciado o coração,

Ainda, ao pêso da dor,

Me não voltara a razão,

E novo quadro de horror

Nessa triste habitação!...

Todos do mal afetados,

Menos a esposa, essa não!



Altos Juízos de Deus!

Era a irmã de caridade,

Que a Divina Providência,

Por Infinita Bondade,

Ali deixara em essência! ,..

Em contínua atividade,

De um leito a outro leito

Vagava sem consciência



E outro anjo querido

Foi voando para os Céus,

Eurico sempre lembrado,

Penúltimo dos filhos meus!

Cochranes do Brasil; a vida e a obra de Thomas Cochrane e Ignacio Cochrane - Página 313 - Thumb Visualização
Formato
Texto