Cochranes do Brasil; a vida e a obra de Thomas Cochrane e Ignacio Cochrane

Quão senti-me atribulado

Ind'hoje, só sabe Deus!

Nos braços da esposa, eu disse:

"Altos Juízos de Deus!"



Nesse transe amargurado

Vi a meu lado meu pai;

Minha mãe lhe havia dito:

"Corre a ver o filho, vai."

Estreitou-me. triste, aflito,

Sufocou no seio um ai,

Dizendo: "Filho, coragem,

E em Deus sempre esperai!"



Minha fé, minhas crenças

Bem firmes se conservaram

Ante as Divinas Sentenças,

Que tão fundo me magoaram!

Minha fé, minhas crenças

Nem assim me abandonaram;

Mas... novos golpes, tremendos,

A ferir-me não tardaram!...



Ainda sangravam vivas

As chagas do coração,

E nova chaga se abria,

Crescendo minha aflição!...

Morrer-me nos braços via

Esse pai por adoção!

Ainda assim não descria

Da Divina Proteção



Os ecos me repetiam

As palavras de meu pai:

"Coragem, filho, coragem,

E em Deus sempre esperai!"



A mãe querida em seguida

Tombava em leito de dor!

Vendo quebrar-se-lhe o elo,

Que a prendia ao protetor,

Essa esposa, mãe modêlo,

Sentiu fugir-lhe o vigor,

E pra sempre se finou

Vítima de tanto amor!



Quanta desgraça, meu Deus!

Dai-me fôrças e valor

Para tragar com coragem

Este cálix de amargor!

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