Quão senti-me atribulado
Ind'hoje, só sabe Deus!
Nos braços da esposa, eu disse:
"Altos Juízos de Deus!"
Nesse transe amargurado
Vi a meu lado meu pai;
Minha mãe lhe havia dito:
"Corre a ver o filho, vai."
Estreitou-me. triste, aflito,
Sufocou no seio um ai,
Dizendo: "Filho, coragem,
E em Deus sempre esperai!"
Minha fé, minhas crenças
Bem firmes se conservaram
Ante as Divinas Sentenças,
Que tão fundo me magoaram!
Minha fé, minhas crenças
Nem assim me abandonaram;
Mas... novos golpes, tremendos,
A ferir-me não tardaram!...
Ainda sangravam vivas
As chagas do coração,
E nova chaga se abria,
Crescendo minha aflição!...
Morrer-me nos braços via
Esse pai por adoção!
Ainda assim não descria
Da Divina Proteção
Os ecos me repetiam
As palavras de meu pai:
"Coragem, filho, coragem,
E em Deus sempre esperai!"
A mãe querida em seguida
Tombava em leito de dor!
Vendo quebrar-se-lhe o elo,
Que a prendia ao protetor,
Essa esposa, mãe modêlo,
Sentiu fugir-lhe o vigor,
E pra sempre se finou
Vítima de tanto amor!
Quanta desgraça, meu Deus!
Dai-me fôrças e valor
Para tragar com coragem
Este cálix de amargor!