refletir-se não apenas no retraimento da agressividade no plano político e social, como também na atrofia das aptidões que propelem o espírito humano na ânsia da pesquisa do conhecimento para melhor dominar as forças naturais e se traduzem em surto da imaginação na esfera criadora da arte. Colocar o problema da paz e da guerra nesses termos de abolição progressiva da belicosidade é abordar a questão do que poderemos chamar o ponto de vista de um ideal de senilidade humana. A abolição dos conflitos internacionais, tais quais eles se apresentam nas condições impostas pela técnica da guerra moderna e diante das circunstâncias de entrelaçamento e de coordenação forçados da vida das nações na civilização contemporânea, impõe-se por motivos diferentes e tem de ser promovida por métodos que nenhuma semelhança oferecem aos do pacifismo sentimental e ético.
O primeiro passo a dar-se no sentido da organização da paz internacional é dissipar a confusão entre o ideal moral da concórdia entre os homens e a questão prática da abolição da guerra. Este último problema não envolve para a sua solução a necessidade de qualquer transformação de mentalidade e exige apenas a coordenação dos interesses de cujo antagonismo têm resultado e podem ainda resultar conflitos armados entre nações civilizadas. Dependesse a abolição da guerra internacional de uma metamorfose operada no psiquismo humano ou mesmo da obliteração de sentimentos e de tendências evidentemente ainda muito fortes no homem