atual e a obra da paz mundial teria de ser relegada ao plano das aspirações remotas, que não podem ser incluídas na órbita da ação política. Mas felizmente não é preciso modificar a velha alma humana para que se evitem lutas mutuamente destrutivas e que nas condições atuais acabariam pela sua repetição em irremediável decadência da civilização.
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Afastada do terreno em que não a puderam resolver os agentes de ordem espiritual, a questão da paz e da guerra tem de ser preliminarmente abordada do ponto de vista da análise do determinismo dos conflitos armados. As causas da guerra apontadas pelos historiadores como explicações das inumeráveis lutas que acidentam o desenvolvimento da humanidade podem ser reduzidas todas à influência exclusiva do fator econômico. As guerras de prestígio, os conflitos precipitados pela deflagração de paixões excitadas por um incidente internacional apresentam-se sob o aspecto de inconfundíveis choques de interesses econômicos, desde que passemos da apreciação superficial das circunstâncias do rompimento à pesquisa das causas profundas que anteriormente prepararam o ambiente propicio à conflagração. Mesmo entre os povos ainda em estado de barbaria e até no caso das tribos ainda mergulhadas em pleno selvagismo, os conflitos têm sempre a sua