origem na ambição de conquista de terras mais férteis ou no caso dos selvagens em antagonismos derivados do exercício da caça em zonas procuradas de preferência pelos grupos hostis. Mas quando se passa a um nível superior de desenvolvimento, o caráter econômico do determinismo da guerra aparece com evidência, que só permite a ilusão aos que se acham ainda influenciados por preconceitos cristalizados através de uma errônea interpretação dos fenômenos históricos.
Tratando-se de nações civilizadas, a possibilidade de uma guerra por motivos alheios à influência dos fatos econômicos é simplesmente inconcebível. Somente quando entre duas ou mais nações existem dificuldades mais ou menos irredutíveis criadas pela oposição dos interesses, um incidente internacional pode assumir proporções capazes de precipitar urna guerra. O casus belli, quando não seja o pretexto aproveitado intencionalmente pela diplomacia para um rompimento que se lhe afigura oportuno, é o episódio fortuito que inflama paixões, cuja tensão potencial fora gradualmente aumentada pelos antagonismos econômicos, até atingir o ponto perigoso no qual facilmente se transforma em ação bélica atual.
Um golpe de vista sobre a situação internacional que ora se nos depara permite‑nos adquirir a convicção do determinismo essencialmente econômico das dificuldades que ameaçam a paz. A guerra de 1914, que a propaganda tendenciosa dos beligerantes incorporados na coligação antigermânica procurou apresentar aos neutros