O Brasil na crise atual

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A organização da paz pressupõe a existência de um instrumento super-nacional, cuja autoridade represente o sacrifício espontâneo de uma parcela pelo menos da soberania das nações nele incorporadas em proveito da realização de objetivos superiores às finalidades restritas das entidades nacionais. Entre o nacionalismo absoluto e a ideia de uma paz internacional permanente há irredutível contradição. Enquanto o conceito da nacionalidade predominar com o sentido de isolamento dos grupos nacionais, cujo ideal é bastarem-se a si próprios material e culturalmente, a guerra estará na lógica da situação assim criada e a paz será apenas uma fase de latência da beligerância, de conflito na esfera econômica durante o tempo em que as nações rivais se preparam para lutas armadas.

Desde épocas remotas, todos os pensadores políticos que têm cogitado de estabelecer uma paz definitiva entre os Estados reconheceram a imprescindível necessidade de organizar-se uma forma qualquer de anfictionia, na qual os particularismos nacionais se integrassem em uma espécie de consciência super‑nacional, que somente pode assegurar a abolição da guerra. A última tentativa desse gênero, cujo êxito se acha visivelmente comprometido de maneira a justificar a perda de qualquer esperança na realização do objetivo visado, foi o plano

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