das aspirações que ela implicava no problema especial de cada um dos grupos nacionais ou étnicos envolvidos no conflito constituía condição propícia ao sucesso de qualquer órgão como a Liga das Nações. O que os tratados de paz fizeram foi em parte o desvirtuamento do princípio das nacionalidades pelo estímulo a desmedidos nacionalismos que ele não implicava e também a violação flagrante daquele princípio pela distribuição territorial, em muitos casos realizada com a mais brutal infração do conceito autodeterminativo dos destinos dos grupos nacionais. Assim, o desvirtuamento e a violação do princípio das nacionalidades solaparam nos próprios alicerces a estrutura malfadada da instituição imaginada por Wilson. Como era natural e inevitável mesmo, a Liga fundada em terreno tão inadequado veio a corromper-se progressivamente no seu funcionamento. Durante os seis primeiros anos de existência, o instituto de Genebra não foi mais que o liquidante da guerra, não como pacificador, mas como executor antipático das cláusulas mais infelizes dos tratados de 1919. E quando em fins de 1925 os acordos de Locarno começaram a alterar a situação intolerável de opressão dos vencidos, a Liga já se achava por tal forma comprometida e desprestigiada que bem se podia prever a decadência, cujo epílogo viria anos mais tarde com a retirada do Japão e depois com o golpe dramático de Hitler.