O Brasil na crise atual

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A Sociedade das Nações se não está morta, acha-se incontestavelmente em agonia. Não se deve depositar esperanças no milagre de uma ressurreição e é muito duvidoso que haja vantagem em aproveitar cadáveres como matéria prima para a criação de novos organismos. Contudo, se a Liga está morta, a salvação do mundo civilizado exige que sem perda de tempo surja outro plano prático para a construção de uma nova anfictionia mundial. Se nenhum espírito medianamente lúcido pode duvidar de que uma guerra com a extensão do conflito de 1914 torne extremamente provável o colapso da civilização, não é também possível a qualquer observador da marcha da política internacional entreter esperanças da manutenção da paz no atual regime de incoordenação diplomática, no qual cada chancelaria atua isoladamente, dando lugar a uma situação confusa e perturbadora, como não há exemplo na história do Ocidente desde o fim da Guerra dos Trinta Anos. Entre a Paz de Westphalia e o encerramento das lutas napoleônicas no Congresso de Viena, a política da Europa obedeceu a um sistema de combinações dinásticas que, sem evitar as guerras, impedia contudo que elas tomassem a forma anarquizante de verdadeiro pandemônio. Desde 1815 se organiza uma ordem internacional, cuja eficácia ficou patente pelo

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