O Brasil na crise atual

êxito com que foram restritas as áreas de conflagração por ocasião das guerras que, a partir de 1853, ocorreram de novo envolvendo grandes potências. A obra do Congresso de Viena ruiu em 1914 e teria sido substituída com enorme vantagem pela anfictionia wilsoniana, se esta não houvesse recebido ao nascer o golpe mortal a que acima aludimos.

Atualmente assistimos a um retrocesso diplomático caracterizado pelo isolamento dos Estados, cujas relações de uns com os outros não obedecem a nenhum critério sistemático e não são orientadas por objetivos claramente determinados. Este último aspecto da situação internacional torna possíveis as maiores surpresas e abre perspectivas intranquilizadoras em todos os sentidos. Um dos efeitos da reconstrução internacional realizada em Versalhes sob a influência de paixões nacionalistas e de injunções dos técnicos militares dos vencedores foi tornar extremamente difícil a determinação exata dos interesses de cada potência. Outrora, os problemas que se apresentavam à diplomacia de cada Estado tinham o caráter de questões nítidas e inconfundíveis. Tratava-se de saber com que meios seriam atingidos determinados objetivos, mas estes eram perfeitamente conhecidos. Cada chancelaria podia prever as consequências de certas alterações do statu quo. Agora tais previsões estão sujeitas a reservas tais que, abstraindo mesmo dos efeitos de ordem geral de uma guerra, nenhum governo pode ter segurança na escolha da concha da balança em que lhe

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