O Brasil na crise atual

Passados quatro anos do episódio revolucionário que, subvertendo as instituições republicanas como as haviam organizado os legisladores constituintes de 1891, imprimiu à sociedade brasileira alterações de fisionomia e de orientação, cujo alcance ainda é impossível determinar, já se torna oportuno aproveitar a perspectiva oferecida por aquele lapso de tempo para uma análise do acontecimento, das suas origens e dos seus mais prováveis efeitos. Em 1930, a grande maioria dos que representam na população brasileira elementos capazes de apreciação consciente das situações políticas e da marcha da vida nacional entretinha absoluta convicção da necessidade de uma transformação radical dos métodos de governo e da atmosfera moral em que se dirigiam os negócios públicos. Semelhante opinião formara-se através de um longo processo de catequese oposicionista feita inicialmente na imprensa, mas depois desenvolvida por múltiplos agentes deliberados ou involuntários da propaganda, que pouco a pouco tomara um feitio nitidamente revolucionário. Por certo, os partidários de uma revolução no sentido vulgar da palavra não constituíam mais que minoria relativamente

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