sinteticamente a história de uma nação, temos a ideia ilusória do progresso alcançado pela evolução lenta, pela sucessão gradual de durações quase idênticas umas as outras, imprimindo à personalidade coletiva unidade e coesão perfeitas. Mas se o estudioso substitui o método da apreciação sintética do conjunto do desenvolvimento histórico pelo processo mais rigoroso da análise paciente desse conjunto, as suas conclusões são muito diversas. O progresso, a elaboração de elementos expressivos de etapas cada vez mais adiantadas de civilização não se opera pelo encadeamento pacífico e sorrateiro de formas completamente entrosadas de organização econômica, social e política. Examinado por um prisma analítico, o processo histórico torna-se fragmentário. As sucessivas etapas que, observadas panoramicamente, se solidarizavam em uma continuidade homogênea, adquirem aspecto inequivocamente individualizado, separando-se umas das outras pelos vestígios característicos de episódios mais ou menos violentos, que em determinadas épocas interromperam o fluxo do desenvolvimento sociogênico, de modo a assegurar a autonomia da fase subsequente em relação à que a precedera. O que parecia homogêneo é na realidade heterogêneo; onde se tinha a ilusão da continuidade, há de fato uma série descontínua de etapas autonômicas. Antes de passarmos a outras considerações, cumpre desde já assinalar que a descontinuidade das fases do desenvolvimento histórico não implica na quebra de unidade total do processo evolutivo,