e a inviabilidade de semelhante imitação. Mas, além disso, o nosso caso apresenta traços tão peculiares sob os pontos de vista geográfico, histórico, étnico, econômico e cultural, que uma ligeira análise do problema brasileiro demonstra exuberantemente a insensatez de tudo que estamos fazendo há mais de um século, para forçarmos no corpo ainda informe da nacionalidade vestuários talhados pelos alfaiates políticos do Velho Mundo.
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A origem desse mal crônico temo-la em um aspecto particular da vida brasileira, desde o período colonial. Não há talvez caso igual de um país onde tão enorme seja a diferença de nível entre uma pequena minoria educada a as massas da população, como acontece no Brasil. O que surpreendia e chegava a causar assombro aos europeus que nos visitavam em fins do século XVIII e nos primeiros decênios do século XIX continua a ser mais ou menos a mesma situação que se nos depara nos dias atuais. A linguagem de James Bryce (1)Nota do Autor exprimindo as suas impressões do contraste entre a plêiade de homens ilustres com quem esteve em contato no Rio de Janeiro em 1910 e a incultura geral que observara é quase literalmente a reprodução de