em dias revolucionários é dado pela imprensa e pelos comícios. O novo regime parece não ter gostado nem de uma, nem de outra cousa. Estabeleceu a censura rigorosa dos jornais que podiam criticar hostilmente a nova ordem e não animou também o surto de uma imprensa que imprimisse à opinião o espírito e as tendências da corrente vencedora.
Esta última omissão, à primeira vista surpreendente, resultou logicamente do fato da revolução triunfante não ter espírito nem tendências. Uma revolução orgânica, como já tivemos ensejo de mostrar em outro destes ensaios, é invariavelmente elaborada por uma minoria culta, ativa e enérgica, que representa, em relação às massas lançadas no movimento insurrecional, papel precisamente idêntico ao de um estado maior, que prepara os planos de campanha e precipita as multidões de reservistas no turbilhão de uma guerra, cujo sentido político e objetivos militares são por elas mais ou menos ignorados. O nosso Estado Maior revolucionário de 1930 não sabia, nem se preocupava em indagar quais as finalidades da mobilização das polícias estaduais e das forças do Exército para além do fim imediatamente visado, que era a conquista pura e simples do poder. Sob este ponto de vista, os responsáveis pela revolução não podem ser muito severamente censurados. Obedeceram apenas ao ritmo histórico de todas as nossas crises revolucionárias. O traço característico delas foi sempre a falta de determinação prévia dos