O Brasil na crise atual

histórico, a partir do século XIX. Por muito tempo, a ascendência do evolucionismo, concebido como um processo de desenvolvimento lento e de transformação gradual dos organismos, refletiu-se tanto na sociologia como nas atividades práticas da política em uma crença no progresso incessante das sociedades pelo efeito cumulativo de forças que propeliam o movimento sociogênico no sentido do aperfeiçoamento incessante das instituições criadas pelas necessidades orgânicas do próprio metabolismo social. A ideia do desenvolvimento dialético, levada por Hegel a um alto nível de sistematização lógica, veio ainda concorrer poderosamente para robustecer a confiança na eficácia do movimento evolutivo das sociedades, movimento determinado pela pressão irresistível de uma tendência inata na própria essência das cousas e cujo curso apenas de modo superficial e ocasional poderia ser influenciado pela ação voluntária dos indivíduos e mesmo das coletividades.

Coincidindo com a orientação intelectual tendente a incutir nos espíritos a convicção da possibilidade de realizar-se o aperfeiçoamento gradual das sociedades por um processo evolutivo isento da intercorrência de crises de transformação violenta, entrou em jogo outro fator determinante também do abandono gradual de métodos revolucionários pelos povos civilizados. As conquistas alcançadas no terreno político pela Inglaterra, a partir do fim do século XVII, em que se acentuaram desde princípios do século XIX, fizeram com que se difundisse pelo mundo uma fé que chegou a ser quase supersticiosa

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