O Brasil na crise atual

na eficácia do sufrágio e dos métodos do governo representativo. Tão forte foi essa influência que a Revolução Francesa, embora tivesse uma base ideológica profundamente diferente dos conceitos de organização política inspiradores das instituições inglesas, assimilou, tornando parte integrante das formas de governo surgidas sob a sua orientação, o sistema que ia dando resultados tão satisfatórios entre os povos anglo-saxônicos. Um pouco adiante, retrocederemos a este ponto, a fim de mostrar o erro a que foram levados os imitadores do constitucionalismo inglês, não dando a devida importância a um fato que, apropriadamente apreciado, mostraria como no caso britânico não se encontrava argumento em favor da possibilidade do desenvolvimento político por uma ação exclusivamente evolutiva.

Até os primeiros anos do século atual, o evolucionismo político dominou incontrastavelmente as sociedades mais avançadas e cultas, considerando-se os métodos revolucionários como processos grosseiros de promover o progresso social, apenas utilizados por povos inferiores ou atrasados. A própria concepção do desenvolvimento dialético da sociedade, formulada por Marx, apesar de postular uma crise revolucionária final, que asseguraria ao proletariado o exercício da ditadura como instrumento de transformação definitiva da ordem econômica e social, era essencialmente evolucionista. A revolução no plano marxista constituía um episódio final, simples epifenômeno do processo dialético que gradualmente

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