O Brasil na crise atual

civilização europeia. O Brasil singularizou-se com um particularismo nacional, que lembra até certo ponto as rígidas características individualizadoras impostas ao japonês pela fatalidade da sua posição insular. Nenhuma força eficiente resistiu ao desenvolvimento natural dessa formação particularista, senão a atividade europeizante dos jesuítas. Mas contra ela reagiram sob a influência de motivos múltiplos as energias dos colonos e mesmo antes da supressão da Companhia, na segunda metade do século XVIII, pode-se afirmar que o brasileirismo já havia vencido o jesuitismo. E tão vigorosa havia sido a afirmação dos traços peculiares de caráter e de dinamismo da nacionalidade em formação, que a própria Igreja acabara por sofrer mais a influência do ambiente brasileiro, que o predomínio da corrente jesuítica representativa mais autêntica da ortodoxia romana.

Reconhecido esse feitio inconfundivelmente peculiar da nossa formação e atendidas as consequências daí promanadas, chega-se logicamente à conclusão da impossibilidade de adaptar ao Brasil quaisquer instituições exóticas, sem um prévio reajustamento delas à configuração política e social apresentada pela nossa ambiência. Entretanto, desde a independência temos feito exatamente o contrário, copiando servilmente tipos de organização política exóticos, sem darmos fé na impraticabilidade fatal dos métodos de governo e de administração, implicados por aqueles modelos. Sob este

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