O Brasil na crise atual

pela formação sociogênica e organizaremos assim a vida nacional dentro da configuração brasileira, ou caminharemos para a morte nacional sob a forma do desmembramento das atuais províncias ou pelo fim ainda mais inglório de uma resignação de escravos a qualquer modalidade de imperialismo econômico que vier a atuar sobre nós.

A descoberta daqueles elementos essenciais à determinação das nossas futuras diretrizes políticas não exige, entretanto, um trabalho de análise introspectiva da consciência nacional, como se poderia julgar à primeira vista. Se neste país tão cheio de doutores em pedagogia não se tivesse descurado ao extremo tão inexplicável quanto alarmante o estudo da história nacional, até os adolescentes com um curso satisfatório de educação elementar seriam capazes de resolver para tranquilidade da sua consciência cívica o problema da orientação política do Brasil. Para isto basta pensar no que era o Brasil ao tempo em que as vicissitudes da política europeia atiraram para estas terras a corte fugitiva de D. João VI e quando exatamente a elite nacional começava a dar forma às aspirações de uma organização coesa do que era ainda apenas um mosaico de províncias, que anos mais tarde o gênio político de José Bonifácio iria coordenar em um grande império americano. Até 1808 a política de Portugal consistiu em impedir que se formasse o Brasil. A própria forma plural que na metrópole se usava em relação aos domínios americanos da Coroa indicava a preocupação

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