mais considerável, o município, que era o ponto de aplicação direta daquele regime e onde os interesses mais modestos sofriam penosamente as suas consequências, tinha forçosamente de tornar-se o núcleo de descontentamento contra o sistema colonial. Deste modo, a formação da mentalidade, que pouco a pouco tomou proporções suficientes para criar o desejo da emancipação nacional, foi obra exclusiva da fermentação cívica municipal.
Na lógica dos acontecimentos parecia estar implicitamente contida a abolição do sistema administrativo provincial, uma vez separado o Brasil para organizar-se em nacionalidade independente. A província era um órgão que servia exclusivamente aos objetivos da política colonial portuguesa e não correspondia e antes se antagonizava ao sentido do desenvolvimento natural da nacionalidade que se constituía. Os interesses da segurança política desta pareciam exigir o recurso a um expediente qualquer com que se destruíssem eficazmente as barreiras separativas, por meio das quais Portugal mutilara administrativamente o Brasil, a fim de impedir a sua coordenação política.
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Os homens de 1822 (para sermos mais verídicos deveríamos dizer apenas José Bonifácio, que no drama da independência aparece como figura isolada de homem de Estado) prestaram tão relevante serviço impedindo