O Brasil na crise atual

de analogia. A enorme extensão da área territorial, criando uma desproporção esmagadora entre a força numérica dos colonizadores e o problema da ocupação do território envolveu como primeira consequência a lentidão do desenvolvimento da colonização. No caso brasileiro a conquista fez-se com relativa celeridade, devido ao ímpeto arrojado das bandeiras, mas a afirmação da soberania sobre o território não foi, como não podia ser, acompanhada de uma penetração mesmo de longe a ela comparável das forças organizadoras da economia e da civilização do país. Nos Estados Unidos, a própria integração territorial foi lenta e seguiu a marcha das vicissitudes da política europeia.

O vagar na propulsão da onda colonizadora fez com que se prolongasse por um grande lapso de tempo a permanência dos colonos na ambiência peculiar criada pela instabilidade econômica e social de uma existência caracterizada pela irregularidade, pelos riscos e pelas aventuras e surpresas da atividade do pioneiro. As influências desse meio anômalo que manteve por sucessivas gerações condições sociais profundamente diferentes das que se encontravam nas metrópoles europeias reagiram sobre as populações coloniais, alterando-lhes profundamente os traços psíquicos originais e plasmando desde logo uma fisionomia particular à nova cultura que se formava deste lado do Atlântico.

Mas a extensão territorial e outras circunstâncias decorrentes do clima e de certas formas de produção agrícola desconhecidas do europeu acarretaram outra

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