O Brasil na crise atual

causa ainda muitíssimo mais eficiente para imprimir tanto ao Brasil, como aos Estados Unidos caracteres nacionais inconfundíveis. O desenvolvimento econômico em ambos os casos exigiu a importação de trabalhadores escravos, que tinham de ser trazidos da África, uma vez comprovada a inadaptabilidade das populações indígenas a uma atividade agrícola sistemática e em grande escala. Embora na América do Norte a mestiçagem tenha sido quase nula, apesar de um pouco mais avultada que se poderia julgar, o contacto com a raça africana e sobretudo as influências psíquicas e sociais geradas pelo trabalho escravo concorreram de modo incalculável para criar uma mentalidade, que desde logo predispôs os colonos para um rumo de evolução cultural desviado das diretrizes clássicas do psiquismo da raça metropolitana. Afigura-se-nos que entre os múltiplos fatores da aptidão peculiar do espírito americano para lidar com massas gigantescas em todos os planos de atividade não deve ter deixado de entrar com uma parcela apreciável a influência das ideias e dos hábitos adquiridos na produção latifundiária com o seu inseparável corolário da relevância precípua do elemento quantitativo no jogo desse tipo especial de economia. Aqui temos mais um ponto de contato entre a formação brasileira e a dos Estados Unidos e também um índice de analogia no tocante a tendências que entre nós ainda não tiveram oportunidade de manifestar-se na plenitude da sua significação. Mas o paralelo tem deste ponto em diante de cessar, porque no nosso caso

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