os fatores de individualização nacional apresentaram um caráter ainda muitíssimo mais acentuado que na sociogenia da grande república americana.

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Em nenhuma outra nacionalidade surgida nos tempos modernos encontra-se caso análogo ao do Brasil com coexistência até hoje persistente de três correntes de formação cultural, na acepção sociológica do termo, mantendo-se todas elas com vitalidade e nítida caracterização dos seus traços essenciais, a despeito do predomínio adquirido por uma delas. Costuma-se e com razão focalizar o sucesso e a relativa rapidez do caldeamento que vai formando de europeus, africanos e ameríndios uma etnia brasileira já em considerável adiantamento no processo de definição dos seus caracteres fundamentais. Mas paralelamente e em contraposição à mestiçagem étnica subsiste no meio brasileiro um fenômeno estranho, que é o da persistência das culturas respectivamente identificadas com as três raças formadoras da etnia nacional. Brancos, negros e avermelhados fundem-se no tipo que será o padrão do brasileiro do futuro. Mas a cultura europeia, a cultura africana e a cultura ameríndia mantêm-se no que nelas há de essencial, isoladas e opondo umas às outras os seus valores éticos, metafísicos, sociais, econômicos e políticos.