senão mesmo os imperativos que ali forçavam o caldeamento rápido. Nas instituições romanas, tanto políticas e jurídicas como religiosas de toda a época republicana até o fim da guerra civil, quando a importação dos valores orientais começa a desfigurar rapidamente a fisionomia social de Roma, manifestam-se os efeitos do conflito de culturas que subsistiam enfrentando-se mutuamente e resistindo tenazmente umas às outras. Essa luta muitas vezes secular de mentalidades antagônicas teria condenado Roma a uma inferioridade política análoga à das polides gregas, divididas também por conflitos internos em que se traduziam oposições irredutíveis de psiquismos étnicos irreconciliáveis, se a necessidade militar determinada a princípio por conflitos com populações próximas e depois pelo temor de invasões transalpinas não tivesse desde cedo criando o imperativo de uma organização marcial que, tanto no período republicano como mais tarde no regime imperial, foi o único elemento assegurador da unidade romana.

O caso de Roma não é o único que se poderia citar como comprovador de que o caldeamento somático não envolve uma mestiçagem psíquica das raças que se misturam. Mas há naquele exemplo uma impressionante lição de cousas sobre o destino político dos povos formados sobre as bases da heterogeneidade racial. A pluralidade de tendências culturais, tenaz sobrevivência psíquica das diferenças irredutíveis das raças formadoras, determina sem dúvida pela inevitável repercussão social