ideal político. A primeira cousa que impressiona como aspecto comum àqueles países que se tornaram os modelos do regime democrático é a homogeneidade étnica e sobretudo uma uniformidade cultural impressionante. As objeções que podem ser formuladas a esta última afirmação são facilmente dissipadas por um esclarecimento. O povo britânico é sem dúvida uma nação mestiça, como o afirmam tantas vezes os expoentes mais orgulhosos do racismo alemão. Mas a mestiçagem que se operou na Grã-Bretanha teve lugar entre elementos raciais que não eram acentuadamente diferentes. Realmente não só na Grã-Bretanha, como em outros países, elementos célticos e nórdicos se miscigenaram. As etnias daí resultantes apresentaram uma tão perfeita síntese antropológica e uma tão acentuada unidade psíquica, que bem patente deixaram a proximidade das raças que se fundiram. Além de celtas e anglo-saxônios e normandos só podem ter entrado na mistura étnica britânica alguns elementos mediterrâneos, representados pelas legiões romanas que, desde a época de Julio Cesar estiveram em contacto com a população da ilha desde a Mancha até a Escócia. É claro que excluímos nesta análise os fatores étnicos que em um período proto-histórico possam ter influenciado populações britânicas, como aliás outras do norte da Europa. Há ainda a observar que a mestiçagem ocorreu na Inglaterra em um período suficientemente remoto para permitir a homogeneização psíquica da população. Além disto, a ascendência do tipo cultural,