surgidas no dinamismo da velha sociedade em liquidação assumiam proporções quase assustadoras, deixando patente a inevitabilidade não mais de grandes reformas apenas, mas de mutações revolucionárias das configurações da estrutura econômica e, portanto, das formas de organização política e das expressões culturais da vida social. Os problemas envolvidos por transformações dessa natureza eram incompatíveis com as soluções lentas inerentes aos métodos de ação política baseada em um conceito do desenvolvimento evolutivo gradual.
Outro fator veio revigorar a corrente revolucionista. A guerra serviu para por em evidência o caráter predominantemente técnico dos problemas do Estado moderno. Antes do conflito de 1914, já se vinha acentuando a tendência a reconhecer que as questões administrativas diretamente ligadas à promoção do bem-estar geral da coletividade se iam tornando os assuntos de maior relevância no governo das nações. Mas subsistiam ainda as velhas ideias promanadas de uma concepção política na qual se refletia a tradição feudal adaptada pela burguesia aos seus interesses de classe desde o início do período democrático-liberal. Segundo aquele conceito a finalidade precípua do Estado era manter uma estrutura política que assegurasse às minorias privilegiadas as vantagens de uma organização econômica particularmente conveniente aos seus interesses. Os problemas administrativos atinentes a assuntos que afetavam as grandes massas da população,