A tendência da mentalidade contemporânea ao emprego dos métodos revolucionários não envolve nenhuma identificação dos processos de transformação brusca das configurações políticas e sociais com qualquer orientação doutrinária dirigida no sentido do movimento progressivo, segundo diretrizes traçadas de acordo com uma ideologia especial. A revolução é apenas um método sem finalidade intrínseca e que pode servir tanto à realização de formas mais amplas de organização democrática ou de mais efetiva intervenção das multidões na vida da sociedade, como à ação do caráter inequivocamente reacionário. Não há, pois, entre a essência do fenômeno revolucionário e o conceito popular da revolução nada de comum. Assim, como uma crise revolucionária determina em certos casos o desmoronamento de estruturas políticas propícias ao predomínio oligárquico, em outros ela pode tomar o aspecto diametralmente oposto de reação de uma minoria contra a ordem de cousas que assegura a ascendência das massas.
A confusão a que aludimos originou-se na experiência de serem mais frequentes as revoluções em que as