estática da vida social, salienta Spengler o ponto de vista essencialmente dinâmico de outras civilizações como as dos babilônios e dos egípcios, nas quais o sentimento do desenvolvimento histórico traduz-se na preocupação do computo do tempo, refletindo-se no esmero pela elaboração dos calendários.
Parece-nos que o interessante fenômeno pela primeira vez assinalado pelo sociólogo germânico tem talvez a sua explicação em um fato de ordem étnica para o qual Spengler não voltou a sua atenção. Da análise em que ele elabora o confronto tão convincente entre os povos que diremos dotados do instinto histórico e os que pela falta desse instinto concentram as suas energias conscientes em cada época da sua existência, ressalta uma consequência altamente interessante. As nações do primeiro grupo são aquelas em que é evidente o predomínio das raças mongólicas e semíticas, ao passo que à segunda categoria pertencem os povos do grupo ariano.
A razão do desenvolvimento do instinto histórico no primeiro caso e a explicação da sua ausência no segundo iremos talvez encontrar nos efeitos sociais e psíquicos de ditas tendências antagônicas, que caracterizam respectivamente as mentalidades dos grupos étnicos em apreço. Os povos mongólicos e os que emergiram do tronco sumero-acadiano, vindo a constituir ulteriormente o conglomerado de nações que se espalharam pela Ásia Menor, pela Arábia e que provavelmente colonizaram também o Egito, como certamente