consciência histórica nos povos incorporados em grupo representativo da civilização ocidental moderna, temos a verificar a influência exercida por esse sentimento de um dinamismo sociogênico, através do qual a vida das sociedades se apresenta sob forma de incessantes transformações, em antagonismo frisante com o conceito estático predominante no mundo antigo no apreço dos fenômenos políticos e sociais. Desde o início da segunda metade do período medieval, vem-se esboçando no pensamento político do Ocidente a ideia clara de uma finalidade das manifestações complexas da civilização e da cultura, passando as atividades do presente a serem encaradas como etapa preparatória à realização de sucessivas fases de desenvolvimento, para além das quais teoricamente se admitia a ocorrência implícita de uma situação definitiva mais ou menos vagamente idealizada conforme a índole e o aparelhamento intelectual de cada observador do momento em que vivia. As cruzadas, a expansão do imperialismo mercantil das repúblicas marítimas italianas e o surto da filosofia, bem como a orientação tomada pelas artes e particularmente pela arquitetura, marcam o ponto de partida desse espírito que poderemos chamar do dinamismo histórico e cuja influência se fará sentir desde o século XI até os dias atuais.

Durante os primeiros séculos de manifestação dessa tendência tão precipuamente característica do nosso ciclo de civilização, o utopismo em que se refletia a consciência do desenvolvimento evolutivo das formas