Norte, até ser tomado o problema pelos próprios fazendeiros de São Paulo que se colocam à frente do movimento — transformando o campo e substituindo, com a imigração, o trabalho escravo pelo trabalho livre.
É do Sul que vem a forte corrente abolicionista, influenciada pelo contato com as repúblicas do Prata, e preparada pelas suas próprias condições sociais.
A colonização dos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande, feita em grande parte por imigrantes estrangeiros, naturalmente foi um fator de importância na libertação da escravatura.
O Brasil que Manoel Bonfim tão sutilmente explica como sendo o país das revoluções a meias, teve pela pesada base escravocrata, tão longamente sustentada, a característica de ser o país que fundiu e caldeou os elementos mais díspares, sem destruí-los de todo, mas transformando-os ao seu calor.
Os movimentos revolucionários, políticos, que traziam em seus programas reformas radicais, transformaram-se, no curso dos acontecimentos, em débeis movimentos de superfície com pouca conexão com os princípios que os inspiraram. Somente desta forma se explica o entroncamento dos diversos sistemas sociais — escravidão, medievalismo e indústria. O carro de boi e a locomotiva; o telégrafo, o cabo submarino e as formas primitivas da cultura e da produção. Revolução industrial em pequenas zonas e permanência agrária nos outros maiores centros.
A dificuldade de operar em semelhante meio ambiente faz de Mauá um homem de esforço gigantesco, em luta perpétua contra as formas antiquadas, em campanha