Tobias Barreto: a época e o homem. (em apêndice o Discurso em mangas de camisa com as notas e adições)

temas, ao estudo real dos caracteres e das condições sociais. O pensamento passou a inspirar-se nas ciências e numa filosofia que nos métodos científicos se baseava. O romance tornou-se naturalista, a poesia, parnasiana. O homem culto distinguia-se pelo domínio das ideias gerais. Do seio da sociedade burguesa surgiam as teorias que interpretavam sua evolução e seus anseios. Não era mais possível tratar os problemas sociais em estrofes condoreiras. A velha estrutura patriarcalista da nossa sociedade apresentava sinais ostensivos de crise e de mudança. A transformação da economia, dos métodos de trabalho, completava-se na transformação dos pontos de vista e dos valores sociais.

A mocidade atirou-se avidamente aos livros de filosofia, de doutrina política e de crítica do antigo sistema.

Também nesta fase a posição de Tobias é de absoluto destaque. É dos primeiros a levantar no Recife antenas capazes de captar as vozes e os sons diferentes que o mundo estava emitindo. Toca-lhe a dianteira na rebelião filosófica que então se inicia, em face do espiritualismo eclético reinante.

Até a independência nada se cogitara, entre nós, de estudos filosóficos. Só depois se inclui na organização do ensino, como matéria do curso secundário, a filosofia, que permaneceu, porém, jungida à teologia. Neste domínio, o aparecimento de Tobias coincide com o esforço intelectual de libertação,

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