Tobias Barreto: a época e o homem. (em apêndice o Discurso em mangas de camisa com as notas e adições)

um sopro fecundo, passando a debater doutrinas que não mais se coadunavam com os desinteressantes moldes retóricos. Quem quiser acompanhar de perto as transformações da nossa mentalidade e da nossa literatura, naquele período, não poderá esquecer essas pequenas folhas acadêmicas, que surgiam e desapareciam à mercê de acontecimentos e campanhas.

Os grandes jornais eram demasiado graves para acolher a vivacidade e a rebeldia dos jovens. Corridos das redações austeras, como tinham coisas que dizer, polêmicas que travar, contas que ajustar, os estudantes lançavam periódicos, precários, mas livres de qualquer influência estranha aos sentimentos que dominavam seus fundadores.

Em jornais acadêmicos é que Tobias publica "São Tomaz de Aquino, Teologia e Teodicéia não são ciências, Jules Simon, Domingos Magalhães", etc., primeiras manifestações de um pensamento filosófico independente no Brasil.

Para Tobias, o espetáculo das ideias era o mais belo, o que mais o fascinava. Interpretar o mundo, possuir os fios que nos conduzissem através de perplexidades e de questões perturbadoras, parecia-lhe a mais alta, a mais nobre função da inteligência.

Por isso mesmo, depois de formado, a advocacia não o seduz. Levou todo um ano a decidir sobre o que iria fazer. Seu desejo era pairar "por cima dos

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