Tavares Bastos (Aureliano Cândido): 1839-1875

Campeão do absolutismo, lança uma proclamação aos alagoanos e rapidamente recompõe, no vale do Jacuípe, as legiões desfalcadas.

Escravos fugidos que vão aí em busca de uma ilusão de liberdade engrossam-lhe as fileiras, índios de velhos aldeamentos, egressos das prisões, profissionais de todos os crimes, desertores das forças regulares; toda uma fauna, densa e sinistra, se reúne sob as suas ordens discricionárias.

A fama do caudilho irradia-se por toda a Província, exaltando a imaginação popular, e a audácia dos feitos truculentos inquieta os governantes. Todas as povoações das proximidades lhe são tributárias. Os proprietários rurais, os agricultores abastados, ou são aliados discretos, ou se expõem aos horrores dos seus ódios. Engenhos devastados, campos destruídos, assinalam a passagem ou a aparição daqueles bárbaros.

Soberano das matas, enfrenta os poderes públicos...

Vicente de Paula não era um bandido vulgar, havia qualquer coisa de cívico na trama obscura daquela alma. Não o seduzia o banditismo anônimo dos cangaceiros do sertão; o dele requeria atividade de mais curso. Amava a desordem, mas a desordem de grandes massas, o fragor e a violência dos choques conectivos, tudo isso confundido numa causa, cujo alcance e resultados lhe poderiam ser indiferentes.

Homem de multidões - esse cum multitudine - ao contato delas aumentava-se-lhe a coragem, à sombra

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