relativamente baixa, mas certamente minoritária: 5% no Equador, 8% no Peru e na Bolívia, 10% na Colômbia e na Venezuela e 30% no Chile.
Nessa região da América do Sul, a colonização espanhola encontrava-se em condições mais semelhantes às existentes nos países atrasados, mas já povoados, da África ou da Ásia, do que às dos países novos da América do Norte. O Peru, a Bolívia e o Equador são países insuficientemente desenvolvidos, mas não são absolutamente países novos. Conhecem os problemas de contatos de raça e de cultura que a América anglo-saxônica ignora. Há colonizadores e colonizados e os problemas da colonização são de certa forma os do "colonialismo"; são problemas parecidos com os que surgem na África em consequência dos contatos entre europeus e indígenas. Esses problemas não têm a mesma gravidade porque, se ainda existem colonizadores e colonizados, já não há mais metrópole e o nacionalismo pode unir os habitantes de diversas etnias em lugar de os dividir; também não se apresentam com a mesma nitidez porque, nessa colonização muito antiga, a cultura espanhola teve tempo de atuar profundamente sobre as culturas indígenas e porque a mestiçagem atenuou a oposição de colonos e colonizados, estabelecendo entre eles toda uma cadeia de intermediários.
Até hoje não foi firmemente contestada a supremacia da população de origem europeia e dos mestiços de parentesco europeu; existem, entretanto, as bases necessárias ao desenvolvimento de um nativismo indígena, levantado contra a hegemonia, não mais da Espanha, mas daqueles cujos antepassados vieram da Espanha. Em condições análogas, no México, cuja evolução foi mais rápida do que a das repúblicas andinas da América do Sul, o nativismo teve um papel de grande importância nas revoluções.
A subordinação de um território a uma metrópole de ultramar não é a única modalidade do colonialismo; pode ele resultar, também, da dominação de uma população minoritária, que deva sua autoridade a uma colonização anterior. Como a África do Sul não depende de qualquer metrópole estrangeira, os problemas do colonialismo não se apresentam lá da mesma forma que na África do Norte; mas, se as manifestações políticas do conflito de raças ou de culturas são diferentes, nem por isso o conflito deixa de existir. Nada torna inevitável um conflito semelhante entre os colonizadores e os colonizados da América