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A DESCOBERTA DA PARAÍBA
Encontramos a partir da Renascença, na história da civilização de ilhas ou continentes mais ou menos habitados por gentes de diversa cultura, a presença do europeu cobiçoso e sem escrúpulos, provido de meios cada vez mais terríveis de destruição, junto de populações inermes, fracas ou decadentes, e, acima de tudo, divididas por crenças inconciliáveis, entregues pelos defeitos ao jugo de impiedoso conquistador. Surge depois, no mesmo cenário, o produto crioulo puro, ou mestiço de vencedores e vencidos, que passa a ser também barbaramente espoliado por metrópoles e metropolitanos. A constante muito próxima de lei inflexível impressiona desde o início do estudo de assuntos coloniais ao interessado nas origens e consequências de fenômenos históricos. Neste sentido, temos, no Brasil de outrora, um dos mais expressivos exemplos na capitania da Paraíba, no correr de três séculos de regime colonial.
Melhor aquinhoada pela natureza em riquezas naturais do que as vizinhas do Norte, continuação por assim dizer de Pernambuco, logrou desenvolver-se a despeito de mil obstáculos em várzeas férteis, nas margens de rios quase à beira-mar, livre do sinistro avantesma de superpopulação que hoje a atormenta. Assumiria igualmente considerável importância pelo fato de ser chave de acesso da costa leste-oeste, caminho forçado