costa ainda desconhecida, recolher pau de tinturaria e investigar existência de outras riquezas. Nessas incursões supõe-se ter sido descoberto o arquipélago sucessivamente denominado de São João, Quaresma, Fernão de Loronha e finalmente Fernando de Noronha como hoje se chama. Devia, mais, estabelecer feitorias, ou tranqueiras, rapidamente construídas por índios, nos sítios onde eles se mostrassem acolhedores e dispostos a comerciar com os lusos. Lá se demoraria um feitor, ou coisa equivalente, para aprender a língua dos nativos e preparar a carga do ano seguinte. Esta metódica conquista foi, no entanto, turbada logo de início pela crescente presença de franceses justamente onde se recolhia a melhor ibirapitanga, o lenho vermelho das matas paraibanas tão cobiçado pela indústria quinhentista do ocidente europeu.
A limitada economia da época fazia com que, além de Portugal, outras coroas se valessem da cooperação dos súditos. Francisco I de França em dado momento viu-se poderosamente auxiliado em lides de comércio marítimo e correlatos por certo normando argentário chamado Jean Angô. Este mercador arvorado em potência comercial graças a negócios coloniais e muitos outros, era filho de outro Angô a quem sucedera na armação de navios. Educado por bons mestres proporcionados pela prosperidade paterna, teve, entre outros, Pierre Desceliers, vigário de Arques, matemático, cartógrafo e conhecedor de marinheiraria. Nessas condições, era natural participasse do entusiasmo reinante na Europa por empresas ultramarinas. Desenvolvera-se no momento a frota mercante francesa com a contribuição do antigo reino da Bretanha, que viera juntar-se à coroa de Francisco I, circunstância favorável ao surto verificado na quadra nos principais portos da França, a despeito de guerras intérminas intentadas pelo soberano.