para a Índia pelo sul do continente, do que tratarem com tupis paraibanos.
Outro indício probante dessa frequentação quase exclusiva foi aparecerem, na zona do pau de tinturaria, denominações que por largo espaço indicaram angras, ilhas e rios, tais como Rio dos Franceses (na Paraíba, não longe de Gargaú), Baía dos Franceses (Pernambuco), Porto dos Franceses (Bahia), Boqueirão dos Franceses (Baía Cabrália), nomes aceitos por navegadores e cartógrafos antigos. O contrabando por eles realizado dependia, no começo, de iniciativas de pouco vulto como a de Paulmier de Gonneville, casualmente aportado ao trópico no tentar comércio com o Oriente, incitado pelo abandono em que se encontrava o litoral brasílico.
Não demorou, porém, o interesse de Portugal a se manifestar pelo novo domínio que o acaso lhe galardoara. A possibilidade de encontrar ao sul do continente americano acesso para chegar à China, Indochina e Japão, que Vespúcio antevira e divulgara na Europa quando Colombo ainda supunha ter atingido terras visitadas por Marco Polo, alvoroçava os que pretendiam conservar a todo custo o monopólio da especiaria. Igualmente a lenda formada em termo de supostas jazidas encontradas no Rio da Prata concorreu para recrescer a curiosidade sobre imenso território, onde forçosamente deviam existir riquezas naturais à disposição do primeiro que lá aparecesse. Dentro do sistema vigente na monarquia lusitana, todos os súditos da coroa e estrangeiros moradores no reino e conquistas tinham de dar contribuição ao funcionamento da máquina administrativa. No espírito do lema celebrou D. Manuel I contrato com o importante mercador Fernão de Noronha - tido por inglês, alemão ou cristão-ruivo - e o seu consórcio, a fim de que enviassem anualmente ao Brasil uma expedição de seis naus incumbidas de descer trezentas milhas da