A conquista da Paraíba

se manifestar na população em todas as horas do dia. Despontavam, entretanto, no findar do século 18, indícios de novas ideias, anseios de inovações políticas mais do que propriamente sociais, pelo fato talvez de grandes e pequenos da colônia não gozarem direito de governo além de edilícios. Começava a se preparar o ambiente em que um Arruda Câmara, ao chegar armado das luzes da ciência do Velho Mundo, imbuído da tendência libertária então em moda em os principais centros, encontraria ouvidos de muitos desajustados.

A repentina aparição da corte portuguesa, prodigioso acontecimento, único em o Novo Mundo, ia precipitar a evolução, com seus Príncipes, ministros, embaixadores, funcionários, vedores, lacaios, onde sequer faltavam os castrados da ópera e real capela, mestres do bel canto incumbidos de encantar melômanos e abrilhantar solenidades.

Era lícito antever no princípio do século XIX a independência do Brasil, conservada a colônia unida da Amazônia ao Prata pelo longo sacrifício dos seus habitantes, torturados de angústia e espantoso martírio, em que figuravam com destaque os da gloriosa Paraíba.

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