A conquista da Paraíba

cabanas semelhantes às usadas no Brasil. Foi provida a taba, para melhor evocação, de elementos exóticos, símios, papagaios, araras, tucanos e outros, facilmente encontrados então nos portos normandos.

Neste quadro, constituído por semelhantes meios decorativos, apresentaram-se a despeito da estação úmida e fria da embocadura do Sena no mês de outubro, tupis nus ou apenas revestidos de brilhantes cocares e araçoias. O seu número ascendia a cinquenta, vultoso para viajantes daquela época e condição, todavia, insuficiente para as dimensões teatrais de espetáculos ao ar livre almejados pelos empresários. Ajuntaram-se-lhes, nesta intenção, marujos normandos, conhecedores do litoral vicentino, paraibano ou pernambucano, acima de trezentos, de modo a permitir depois de tingidos de cor escura, representação de danças guerreiras, "tout nuds, sans aucunement couvrir la partie que la nature commande", diz testemunha da festança, "& exerçaient une espèce de guerre les uns contre les aultres, parmi les arbres & les Broussailles", na presença de público enlevado pelo inédito espetáculo.

A impressão geral foi tão feliz, condizente com o interesse por expedições oceânicas a serviço do imperialismo e nacionalismo exasperado, que a exibição foi renovada em outras regiões da França com não menor sucesso. A solene entrada de Carlos IX em Troyes, reproduzida logo a seguir em Bordeaux, efetuou-se em forma de triunfo romano, com desfile, à moda antiga, de cativos de várias origens, símbolo do régio poderio gaulês a se estender pelo universo. Nessas ocasiões enfileiravam-se supostos vencidos em torno do carro do Imperador, taprobanos, egípcios, turcos, mouros, jaus, canarins, etc.... e brésiliens, de maior sensação por recordarem as terras ambicionadas pelos franceses. No decorrer do desfile havia pausas, a fim de que os componentes

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