A conquista da Paraíba

3

A DEFESA DO BRASIL


Um Brasil unido, enfeudado a Portugal, era a melhor das soluções para quem se via a tão longa distância de suas bases, na contingência de defender tão extenso território. O sistema das capitanias permitiria esta defesa e talvez extravasão de soberania lusa sobre o sul do continente americano. O que importava, pois, era amparar núcleos já formados e lançar bases de povoações em pontos-chave, cujo crescimento as transformaria em redutos, a princípio defensivos, a serviço de desígnios muito mais amplos.

O perigo suscitado pela ingerência de franceses na imensa orla costeira brasílica sugeriu a aplicação do velho sistema de capitanias, como vemos na correspondência da corte com portugueses estabelecidos em França. Acompanhavam atentos esses personagens o perigo representado pelos normandos, tanto mais aflitos ante o seu desenvolvimento, por ainda não ser possível medir o choque de religiões que havia de inutilizar a ambição dos franceses no Brasil. Além de diplomatas espias, podia contar D. João III com espíritos eminentes como um Diogo de Gouveia, erudito de mérito invulgar, erigido pelo talento reitor do colégio de Santa Bárbara, o principal de Paris. Era de parecer, este notável eclesiástico muito ouvido pelo soberano, que se contemporizasse em matéria colonial, sem exageros na luta contra

A conquista da Paraíba - Página 46 - Thumb Visualização
Formato
Texto