contrabandistas de pau-brasil, nem tampouco descaso pela defesa da colônia. Momentaneamente convinha a el-Rei não abespinhar Francisco I. Adormecesse zelos nacionais franceses, se possível a poder de ofertas de composição a Angô e sindicato, enquanto não pudesse espalhar pelo litoral brasileiro povoadores, os quais auxiliados pela indiada local poderiam arvorar-se auxiliares da marinha lusa. Segundo o atilado sábio, dependia a situação mais do tempo que da sorte das armas. Desaconselhava, daí, emprego de violência como fora praticado nas expedições de Cristóvão Jacques, o qual, a despeito do nome, era muito bom português, capitão destemido e cruel, useiro em infligir suplícios a franceses surpreendidos quando contrabandeavam madeira corante no Brasil. Supõe-se, até, teria percorrido em missão de reconhecimento e de polícia todo o litoral da Paraíba para o sul, pelo menos nos pontos principais, cabos e bocas de rios em que teria descoberto o estuário do Rio da Prata antes de Solis. Julgava, assim, o padre necessário não precipitar acontecimentos, pelo fato de residir na França e verificar de viso a comoção produzida pelo clamor das famílias das vítimas de Cristóvão, as quais apelavam apoiadas na opinião pública para que o Valois as desagravasse. Melhor seria aguardar ventos favoráveis a D. João III, que não tardariam, segundo indicava Gouveia, acerca da marcha dos sucessos internacionais. Persuadira-se pelo que lhe era possível distinguir através das janelas colegiais, debruçadas sobre o Sena pouco antes de o rio passar pelo Louvre, rapidamente aproximar-se a solução do problema. Encontrava-se o Rei de França cada vez mais premido pelo Imperador, poderoso adversário a envolvê-lo por todos os lados, no Escalda, Pireneus, Reno, Franco-Condado, Alpes, Atlântico e Mediterrâneo, além de obrigar o francês a disputar na Suíça, a peso de ouro, o auxílio