em países submetidos a teorias totalitárias. Procura-se atualmente em nome de reformas e inovações sociais de caráter idealista, ou a benefício de ambições pessoais, na Rússia ou China, Sérvia ou Cuba, levar a cabo experiências políticas ou garantir sobrevivência de governantes, a poder de fanatismo marxista. Não é - nem jamais foi possível - intentar marchas conjuntas, disciplinadas, com o mesmo rumo, de milhares de indivíduos sem ideia, mito, elo comum, deslumbramento utópico ou coisa parecida. Modernamente acena-se às massas com promessas de melhoras no plano econômico. Na Idade Média praticava-se o mesmo com oferta da chave dos céus, num domínio puramente ideal. Ao compararmos os dois processos e seus efeitos, verificamos que, por mais se esforcem os atuais teoristas políticos, e mais habilmente procurem lisonjear através de paixões materiais massas populares, nunca conseguem resultado semelhante em profundidade como outrora o da Igreja na Península Ibérica e nas suas colônias ultramarinas.
Ao chegarmos ao capítulo da invasão holandesa na Paraíba veremos, como ademais em todo o Brasil, a demonstração do acima exposto. O flamengo foi expulso do Nordeste não só pelas armas, como principalmente pelo fato de pretender impor convivência de crenças antagônicas onde o luso-brasileiro somente admitia uma religião. Isto sucedia no século do mercantilismo, no limiar de invenções que transformariam a vida no mundo, exemplo de como se conservava viva e intacta a ideia no correr de quatro séculos de regime colonial a presidir o nosso destino, pois, no Brasil sob várias formas, perdurou o colonialismo luso até o século XX.